sexta-feira, abril 24, 2009

Sozinha.

Chega o fim de semana. Ela trabalhou durante toda a semana contando os minutos para descansar. Chegando a noite, ela toma seu banho de beleza, lavando os cabelos com seu shampoo sem sal, usa seus óleos de banho e volta ao seu quarto para escolher meticulosamente quais serão as peças de roupa que vai usar, qual perfume a ser usado e o tipo de maquiagem. Então ela chega ao local onde vai expor toda sua sensualidade, se sentindo a diva do momento. Porém esse sentimento acaba em questão de segundos ao ver que muitas pessoas com o sexo semelhante ao seu fizeram exatamente o mesmo processo e estão tão glamourosas quanto ela. Ela vai murchando. Até ver uma figura que lhe interesse. Ela pega uma bebida no balcão e chega perto dele, se insinua, mas não olha pra ele, tentando se fazer de difícil, enquanto o objeto de desejo dela está comentando com o amigo ao lado o resultado do último jogo de futebol. Ele vai ao piso inferior e ela também, que dá um jeito de deixar discretamente a garrafa quase cheia numa mesa durante o caminho. Ao chegar lá ele encosta no balcão e pede uma cerveja. Ela, rapidamente, num misto de Karatê Kid com Demi Moore se joga no balcão conseguindo jogar também os cabelos e diz: "Duas", dando uma leve piscadela para o objeto de desejo do momento. Ele repara a moça com o canto do olho, ao que ela já estende a garrafa em sua direção pedindo que ele ajude a abrir a garrafa. Os homens tem esse dom de não perceber o que acontece à volta deles. Não percebe a cara de decepção da moça ao receber a garrafa de volta sem nem ao menos um "oi". Mas as mulheres também tem um dom. Elas não desistem assim tão facilmente. Ela volta ao piso superior e fica perto dele, dançando. E para aparecer um pouco mais, sua dança é praticamente uma dança da acasalamento, onde ela acena, eleva as pernas e praticamente uiva, mas ao lado o que importa já é o último modelo de carro lançado. A mulher também sabe a hora da retirada. Ela acena para o nada dando um sorriso, vai o mais distante que pode do ex-objeto de desejo e começa a realmente curtir a balada. Sozinha. Eis que o nosso ex-objeto de desejo desce para mais uma rodada e se desarma ao ver ela dançando, com um jeitinho meigo e ao mesmo tempo sensual. Ele se aproxima e tenta um diálogo, mas ela já está muito ocupada com outro objeto de desejo. Um outro objeto, que por sinal também não a percebe. Então ela olha o relógio e se assusta com o horário, vai embora. Sozinha.

4 comentários:

Carol® disse...

O destino tem um jeito maroto de confundir nossas vidas, mas essas armadilhas em sua maioria tem um proposito. Belo texto flavi..parabens!

disse...

Affffff.... tanto esforço para nada???????
Pelo menos valeu a balada?
Tenho certeza que sim, o descanso fica para outro dia!

Beijosssssss

Anônimo disse...

Vai entender situações como essas, que além de acontecer no seu texto, acontece corriqueiramente conosco. Não só nesse sentido, mas em diversos outros. A vida prega cada uma...

Beijos.

Flavi disse...

Com certeza...rs..