quarta-feira, novembro 25, 2009

Elixir da vida, cadê?

Nosso querido professor Josué Makoto nos contou(quer dizer, nos contou uma parte!) que fizeram um estudo na cidade de Veranópolis-RS onde mostra que é o lugar onde existe o maior número de idosos em relação ao número da população da cidade.
O segredo desses habitantes é o bom relacionamento entre os familiares, atividades físicas frequentes, uma boa taça de vinho por dia(sempre falei pra minha mãe que eu bebo zelando pela minha saúde) e despreocupação com a morte.
Um outro exemplo que podemos observar é o da nação nipônica. Qual o segredo? Seria também a qualidade de vida? A despreocupação e o desprendimento? Passarmos a valorizar apenas o que importa, não ter parcimônia em certas ações, atitudes? Tenho certeza que sim. O grande problema é que crescemos com manias que não se vão com facilidade... Mas uma hora, se há interesse da sua parte ela tem que sair, não é?
Vou procurar com certeza uma qualidade de vida, isso é de extrema importância. Mas eu aposto que o segredos da longevidade dos japoneses está no pastel deles. ;)

Ideologia/Estado

Ideologia. O sentido é tão amplo quanto a discussão que se forma quando resolvemos tocar nesse assunto. Quando achamos que o Estado deveria suprir as nossas necessidades, vemos o quão idiotas somos em acreditar nas histórias da carochinha, Papai Noel, Fada do Dente e outros personagens do reino encantado de Far Far Away.
Além de estarmos desacreditados em qualquer apaziguação em relação as tiranias que sofremos no percorrer de nossas vidas, a ideologia do Estado é completamente incompatível com a do povo(pelo menos com a minha). E me diga, desde quando o Estado é uma Nação Politicamente Organizada? UIHASUIASHUIASHASUIHASUIASHASUIHUIHASUI!!!! O que deve ser nem sempre(ou nunca)é. Como eu disse no início, quando se trata de ideologia, a discussão é invevitável. Eu não me relaciono com você porque você é feio, pobre, mal vestido, fala errado(táááá... fica muito feio se eu disser que odeio gente que fala errado? Relendo parece que eu estou descrevendo um torcedor do curíntia), in short, qualquer tipo de intolerância ao ser humano, claro, as ideologias devem ser respeitadas até o ponto que ultrapassa o respeito ao próximo, né gente?

To morrendo de sono, nem to pensando direito.
Vou pensar melhor sobre o assunto.

Fim dos Impérios

Progresso e tecnologia eram as palavras usadas durante a época do imperialismo para explorar e dominar as regiões dependentes de civilização, no caso, a África, Ásia e América Latina. Buscavam por áreas de investimentos, mão-de-obra e matéria prima barata, mercados consumidores, entre outros. Com isso, eles detinham os meios de produção, expandiam seus capitais através da dominação e consequentemente aumentando suas multinacionais, claro, por meio de exploração aos países dependentes. Explorando o monetário, criando filiais em outras regiões. Com a eletricidade, o diesel e os motores à gasolina, a tecnologia no período da revolução industrial aumentou ainda mais a produção. Por esse motivo, a concorrência foi diminuindo e a economia era formada apenas pelas grandes empresas. França, Reino Unido, Portugal, Bélgica, Itália, Alemanha, Rússia, Japão, Estados Unidos e outros faturaram muito com a prática do imperialismo. Utilizavam suas forças e se tornavam maiores com a compra de empresas menores. Os frutos da prática imperalista são as guerras civis, a fome, os conflitos éticos e religiosos e a violência. Toda tecnologia desenvolvida nessa época apenas beneficiou a elite e seus dominadores. Por esses fatos, desencadeou uma crise social aos países que compõem o bloco do terceiro mundo e que sofrem seus atos até hoje.

quarta-feira, setembro 02, 2009

O pacote

Numa manhã de chuva, assim como as anteriores, ela se levantou e desejou do fundo do seu coração que fosse domingo. Se arrumou lentamente e foi trabalhar. Em sua caixa de e-mails ela vê um nome especial e clica rapidamente. Nele havia um número de telefone e palavras que juntas formavam tudo o que ela desejava ouvir, mas ainda assim sabia que não aconteceria. Discou o número e esperou. Aquela voz conhecida que sempre lhe trouxe cumplicidade atendeu e disse palavras das quais ela abstraiu cada letra, hipnotizada pelo som. Algumas horas depois ela recebe um pacote. Tenta aparentar a mais displicência ao recebê-lo e deixa o pacote ao seu lado. As horas não passam, assim como a chuva do lado de fora. Em ponto ela se levanta e sai com o pacote. Avança algumas ruas no intuito de não ser vista por alguém conhecido, a chuva ainda é torrencial, então ela chega a uma rua vazia. Segura o guarda-chuva com o ombro enquanto abre o pacote com as mãos tremulas. Os muros presenciavam seu rosto tenso ao ver o presente. Leva alguns segundos para esboçar alguma reação, que é representada por grossas lágrimas descendo pelo seu rosto. Ela não se move. O presente em suas mãos, a rua vazia e a chuva caindo copiosamente, assim como as suas lágrimas, fazem ela voltar no tempo e perceber que as ações de outrora não poderão ser repetidas.

domingo, maio 17, 2009

Fotografia



No ano de 1914, um determinado grupo se encontra todas as sextas-feiras para um agradável pic nic a beira do Rio Tietê. As famílias com bons poderes aquisitivos eram um prato cheio para minhas fotografias, já que faziam questão de registrar seus momentos e podiam pagar por eles.
Aproximo-me desse grupo, bem alegre, que nota a minha presença. Observo as pessoas e julgo que ali há duas famílias, com seus criados e ainda alguns convidados. Parecem comemorar algo. Ou vem aqui com freqüência?
Eles me abordam e pedem pra que eu tire uma fotografia. Começo a posicioná-los, e acabo conhecendo um pouco de cada, porém, do grupo, três pessoas me chamaram atenção. Luma é mãe de um bebê, que mais parece uma boneca. Sinto que ela tem medo de deixar o bebê na cadeira, e ao velar essa fotografia, vejo que seu sorriso está inseguro pela inquietação deste no assento. Juliano, um homem distinto, convidado da família, me aparece na fotografia rindo de certo rapaz que tomou uns copos de vinho a mais, e sai na foto praticamente no colo de um criado da casa. Bruna é a boneca de porcelana que é segurada por uma linda mocinha, sentada entre seus pais. A boneca parece ser bem mais querida que muitas pessoas presentes na fotografia. Tamanha importância da boneca, que cobre parte do rosto de sua dona, numa tentativa de superioridade.
Peço que aguardem uns minutos para que eu entregue a foto, ela vai passando de mão em mão, abrindo um sorriso no rosto de cada um, eles vão observando os detalhes, rindo, como sempre as mulheres reclamando de suas aparências, a criança feliz pelo enquadramento de sua boneca.

sexta-feira, abril 24, 2009

Sozinha.

Chega o fim de semana. Ela trabalhou durante toda a semana contando os minutos para descansar. Chegando a noite, ela toma seu banho de beleza, lavando os cabelos com seu shampoo sem sal, usa seus óleos de banho e volta ao seu quarto para escolher meticulosamente quais serão as peças de roupa que vai usar, qual perfume a ser usado e o tipo de maquiagem. Então ela chega ao local onde vai expor toda sua sensualidade, se sentindo a diva do momento. Porém esse sentimento acaba em questão de segundos ao ver que muitas pessoas com o sexo semelhante ao seu fizeram exatamente o mesmo processo e estão tão glamourosas quanto ela. Ela vai murchando. Até ver uma figura que lhe interesse. Ela pega uma bebida no balcão e chega perto dele, se insinua, mas não olha pra ele, tentando se fazer de difícil, enquanto o objeto de desejo dela está comentando com o amigo ao lado o resultado do último jogo de futebol. Ele vai ao piso inferior e ela também, que dá um jeito de deixar discretamente a garrafa quase cheia numa mesa durante o caminho. Ao chegar lá ele encosta no balcão e pede uma cerveja. Ela, rapidamente, num misto de Karatê Kid com Demi Moore se joga no balcão conseguindo jogar também os cabelos e diz: "Duas", dando uma leve piscadela para o objeto de desejo do momento. Ele repara a moça com o canto do olho, ao que ela já estende a garrafa em sua direção pedindo que ele ajude a abrir a garrafa. Os homens tem esse dom de não perceber o que acontece à volta deles. Não percebe a cara de decepção da moça ao receber a garrafa de volta sem nem ao menos um "oi". Mas as mulheres também tem um dom. Elas não desistem assim tão facilmente. Ela volta ao piso superior e fica perto dele, dançando. E para aparecer um pouco mais, sua dança é praticamente uma dança da acasalamento, onde ela acena, eleva as pernas e praticamente uiva, mas ao lado o que importa já é o último modelo de carro lançado. A mulher também sabe a hora da retirada. Ela acena para o nada dando um sorriso, vai o mais distante que pode do ex-objeto de desejo e começa a realmente curtir a balada. Sozinha. Eis que o nosso ex-objeto de desejo desce para mais uma rodada e se desarma ao ver ela dançando, com um jeitinho meigo e ao mesmo tempo sensual. Ele se aproxima e tenta um diálogo, mas ela já está muito ocupada com outro objeto de desejo. Um outro objeto, que por sinal também não a percebe. Então ela olha o relógio e se assusta com o horário, vai embora. Sozinha.

quinta-feira, abril 02, 2009

A mensagem

Eu simplesmente fiquei sem chão. Minha boca abriu uma, duas vezes mas não emitia som algum. Minha mente apenas insistia em focar exatamente o momento em que li o que ele escreveu. Aquilo não podia ser pra mim. Não mesmo. Fui até a cozinha, enchi um copo com água, mas eu não sentia sede. Sentia dor. E um copo com água não iria curar aquela dor. Eu sentia vontade de chorar, mas o choro tava preso. Preso pela água que ficou entalada na minha garganta e insistia em não descer de maneira alguma. Andei pela casa vazia, procurando alguma fé debaixo das almofadas da sala, entre os pratos da cozinha. Gostar dói, tira o sono, fome, sede, a visão(pois quando gostamos não conseguimos ver o Hugh Grant ao nosso lado). Nessa hora eu estava cega. Mas não era um cego de gostar, nem de raiva. Eu não conseguia enxergar que não havia espaço pra mais alguém. Aquele ombro macio não era meu. Muito menos aquele sorriso doce. Percebi que pensava nisso tudo e não movia um milímetro do meu corpo. Eu não conseguia me mover. Não conseguia reagir. Lentamente meu rosto foi ficando molhado, uma única prova de que eu ainda estava viva.

domingo, março 29, 2009

Desabafo.

Faz tempo que não posto aqui. Não porque não tenha escrito mais, eu escrevo, mas sinto que quando venho até aqui aquele sentimento ou situação já se passou e acabei perdendo a oportunidade. Eu não tenho o hábito de divulgar o meu blog para os meus amigos, não porque eu sou egoísta, mas muitas pessoas fazem juízo errado daquilo que vêem e apenas processam aquilo que lhe interessam numa leitura. Se eu escrever um texto falando bem de algo e fizer uma crítica mínima num determinado ponto, sempre olharão apenas a crítica. Aí é que tá, eu não me importo mais. Nem deveria ter me importado antes, parece que eu não sei que sempre foi assim. Então, queridos amigos, me desculpem a palavra baixa, mas ligo o FODA-SE a partir de agora. Pra certas pessoas que me conhecem e me perguntam sobre o conteúdo do meu blog, eu digo,e explico mais uma vez: essas notas que escrevo quase sempre não são sobre a minha pessoa, mas sobre o que eu vejo, sobre alguém que me conta algo, sobre alguém que conheço. Ou não. Rs..... Enfim, ao contrário do que muita gente pensa estou numa fase muito boa, obrigada por perguntarem e por tentarem cuidar da minha vida. E pra essas pessoas eu dedico esta música abaixo, muito bem escrita por sinal, escolhi uma versão da Cássia Eller, se estiverem desocupados e não tiverem nada além do que tentar desvendar a vida dos outros, recomendo este DVD que por sinal é muito bom, se alguém quiser eu posso emprestar.
Aproveitem o domingo.



Blues da Piedade
(Cazuza/Frejat)

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que estão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade...

domingo, fevereiro 08, 2009

Parece, mas não é.

As placas me dizem pra que eu tome cuidado com os tubarões. Me pergunto se são mais perigosos os tubarões animais ou os tubarões humanos. São 9:30 mas o sol quer me dizer que é 12:00, confundo o céu com o mar, que me diz ser um só, enquanto vou me confundindo com o mar de gente que se forma na areia branquinha. Meus olhos vão fotografando cada cena e guardando em minha mente, o cheiro de mar entra em minhas narinas e eu, com mil pessoas à minha volta e ao mesmo tempo só, deixo de olhar o mar por um instante e sorrio. Sweet life.

domingo, janeiro 11, 2009

Recomeço

"Eu já entrei vinte vezes no escritório do psicanalista
Depois paguei ao médico e depois fui ao dentista
Para ver o que eu tenho e não consigo dizer.
Perguntei a toda gente que passava na rua
Ao patrão, à minha sogra, à São Jorge na lua
Mas nenhuma dessa gente conseguiu me responder.
Por causa disso eu fui pra casa e fiquei pensando
Se era eu que estava errado com as minhas maluquices
Ou se era o mundo todo que estava me enganando.
Arrumei as malas
Deixei as perguntas na gaveta
Procurei saber o horário do próximo cometa
Me agarrei em sua cauda e fui morar noutro planeta
."


Raul Seixas

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Ponto de vista

8:00. Parece que há cinco minutos ela fechou os olhos, mas na verdade isso foi há duas horas e trinta e cinco minutos. Se arruma e vai pedalar. Há pouco ela descobriu esse analista de duas rodas que ajuda aliviar as dores do coração. O contraste das belas flores na ciclovia com os carros e toda a sujeira que eles fazem mostram à ela como a vida pode se bela e feia no mesmo espaço, depende do ponto de vista. Num certo ponto chega a descida. Deixa que a velocidade a leve, ela sente o vento bater forte no seu rosto e vai acordando, seu corpo fica arrepiado e ela sorri. Sorri de alívio.

sábado, janeiro 03, 2009

Ela abriu o livro no metrô assim que se sentou, mas durante todo o percurso não leu uma palavra sequer. Seus olhos procuravam na janela algo que ela sabia, não estava lá, mas ela gostaria que estivesse. As letras do livro pareciam dançar e rir dela enquanto ela tentava juntá-las em vão e formar palavras, e com as palavras, frases que fizessem algum sentido pra ela.