quinta-feira, abril 02, 2009

A mensagem

Eu simplesmente fiquei sem chão. Minha boca abriu uma, duas vezes mas não emitia som algum. Minha mente apenas insistia em focar exatamente o momento em que li o que ele escreveu. Aquilo não podia ser pra mim. Não mesmo. Fui até a cozinha, enchi um copo com água, mas eu não sentia sede. Sentia dor. E um copo com água não iria curar aquela dor. Eu sentia vontade de chorar, mas o choro tava preso. Preso pela água que ficou entalada na minha garganta e insistia em não descer de maneira alguma. Andei pela casa vazia, procurando alguma fé debaixo das almofadas da sala, entre os pratos da cozinha. Gostar dói, tira o sono, fome, sede, a visão(pois quando gostamos não conseguimos ver o Hugh Grant ao nosso lado). Nessa hora eu estava cega. Mas não era um cego de gostar, nem de raiva. Eu não conseguia enxergar que não havia espaço pra mais alguém. Aquele ombro macio não era meu. Muito menos aquele sorriso doce. Percebi que pensava nisso tudo e não movia um milímetro do meu corpo. Eu não conseguia me mover. Não conseguia reagir. Lentamente meu rosto foi ficando molhado, uma única prova de que eu ainda estava viva.

4 comentários:

disse...

"Minha mente apenas insistia em focar exatamente o momento em que ouvi o que ele falou ao telefone!"

O resto......... é igual!!

Flavi disse...

éééééé Re..... não é fácil!

Dozen51 disse...

coisas que fazem parte da vida,doem,machucam,mas fazem de vc alguem mais forte.

Anônimo disse...

Perdas na maioria das vezes machucam. Mtas são para o nosso bem mesmo que não compreendamos num primeiro momento.
E aquilo que é verdadeiramente nosso, nunca se vai para sempre. Assim eu tento seguir...

Beijos