sexta-feira, novembro 21, 2008

Todo dia ela faz tudo sempre igual.

Ela sai pra almoçar. A comida não tem sabor algum, brinca com o arroz no prato como uma criança que a mãe obriga que ela coma tudo. Um nó na garganta não deixa a comida descer. O telefone toca. Uma voz amiga do outro lado da linha. Elas conversam e a amiga sente algo de estranho em sua voz. Pergunta se está gripada, ou chorando. O assunto é desviado e a ligação é finalizada. Entra no banheiro e tenta em vão conter as lágrimas. Ela sai do restaurante e pensa em ligar pra alguém e desabafar. Sim, tinha que ser alguém que não a conhecesse tão bem, nada de questionamentos. Apenas distração e uma voz amiga com palavras otimistas ao telefone seria perfeito. Plim. Achou pessoa perfeita. E não é que deu uma leve ajuda? Volta ao trabalho e na sua testa está escrito em neon: "Não quero conversar". Se tranca na sala e fecha os olhos. Seu sonho é abrir os olhos e estar longe. Mas o que ela continua a ver são os objetos de sempre. Sempre. Que palavra mais infeliz pra ela naquele momento. Sempre a mesma coisa. O dia termina, como sempre. Tudo o que ela queria neste momento era um pouco de serenidade.