terça-feira, setembro 30, 2008

O taxista

Perto do meu prédio tem um ponto de táxi que é a minha salvação para os dias em que eu estou atrasada. Lá tem dois taxistas, mas quase sempre acontece de pegar o mesmo taxista. Ele é um senhor de cabelos grisalhos e olhos verdes, usa um óculos com aquelas armações sem aro,saca? Ele sempre tá ouvindo moda de viola, mas eu nem ligo. Sempre tem algo pra me falar, os assuntos são: tempo, trânsito, depois muda pra tempo e pra dar uma variada fala do tempo. Engraçado que ele nunca me pergunta pra onde eu vou, ele apenas abre a porta do carro pra eu entrar, liga o carro e segue em frente. Juro que um dia eu queria que ele incorporasse o Gilberto Gil num momento "Vamos fugir" e ao invés de parar na porta do meu trabalho ele acelerasse fundo e me deixasse na primeira rodovia, aí eu viraria mochileira e sairia sem rumo. É um saco ser educada. Todo mundo adora educação, mas é um saco ser educado quando você não quer conversar. Hoje ele me deu aquele sorriso pronto que ele faz para os passageiros, me abriu a porta e disse: Vamos. É, vamos, não tem outro jeito. Ele liga o carro e segue em frente. Me fala do frio, eu concordo e digo que gosto de frio. Diz que ouviu no noticiário que ia chover, mas não tinha certeza se era aqui em São Paulo, pois ele não prestou atenção. Ele para o carro, o valor da corrida é sempre o mesmo. Agora enquanto escrevo tá chovendo e eu vim trabalhar com um scarpin que meu pé fica congelado. Preciso voltar a ligar a TV de manhã pra ver o "Bom Dia São Paulo" e retomar outros velhos hábitos, os que costumavam ser bons,claro.

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